10 meses longe da minha princesa...




Hoje, não falarei por mim.
 Mas transcreverei o capitulo de um livro
 Que Deus colocou em minhas mãos, logo de manhã.
 Amanheci saudosa e chorosa.
 Planejei nada fazer durante o dia
 E me afundar no cobertor.
 Mas Deus, que não nos abandona jamais
 Providenciou que este livro chegasse em minhas mãos;
 E assim, me vi sentada no colo de Deus,
 Ouvindo palavras inefáveis que me deu um novo ânimo.
 A paz reinou em meu coração e, bem... vamos ao que interessa.

                                        TE AMO MINHA ADORÁVEL FILHA!! AMO, AMO, AMO!!!

 
PERDA!
" Há muito tempo, quando Israel era dirigida pelos juízes, um homem chamado Elimeleque, que morava em Belém, em judá, abandonou o país por causa da fome, indo morar na terra de Moabe. Levou consigo a esposa Noemi e seus dois filhos, Malon e Quilion. Enquanto morava em Moabe, Elimeleque morreu e Noemi ficou sozinha com seus dois filhos.
 Os dois rapazes, Malon e Quilion, casaram-se com moças de Moabe, chamada Rute e Orfa, e ficaram juntos por mais ou menos 10 anos.
 Depois disto, os dois rapazes também morreram, e Noemi ficou completamente só, sem marido e sem os dois filhos." ( Rute 1: 1-5)
                                   Não existem garantias para a vida!
  Você pode perder os óculos, a TV, o carro e a casa. Mas tendo uma garantia ou um seguro pode amenizar sua perda.
 Mas e se você perder um pai, uma mãe, um irmão ou um filho? você pode até receber o dinheiro do seguro, mas não receberá uma vida de volta.
  Não há garantias que possam reparar perdas como estas.
  Noemi provou da dor de perdas assim. Ao ler o relato de sua vida podemos nos perguntar: onde estava Deus? Ou, por que Ele permitiu isso? É a mesma pergunta que muitas pessoas se fazem todos os dias diante da perda de um ente querido.
  Certo dia você leva seu pai ao hospital. Ele não parecia bem após o café da manhã. Ao ver o médico se aproximar com os exames nas mãos, você imagina que não seja nada grave. "É um cancer" - ele diz - " não temos como removêl-lo.
  Você está em casa aproveitando seu dia de folga. De repente o telefone toca. Você atende e do outro lado da linha alguém diz: "Houve um grave acidente envolvendo o carro da sua esposa". Ao chegar no hospital recebe a notícia de que infelizmente ela não resistiu aos ferimentos.
  Você sempre instruiu seu filho a atravessar a rua apenas quando o semáforo para carros estivesse fechado. Sempre o ensinou a certificar-se de que nenhum veículo ainda estava em movimento. No entanto, essas instruções não garantiram a segurança dele quando um motorista embriagado perdeu o controle do carro e o atropelou na calçada.
   Perdas irreparáveis para as quais não existem garantias.E, então, você pensa: " Onde estava Deus. Por que Ele não evitou essa tragédia? será que Ele não entende a dor que uma perda como essa pode cuasar?"
   Há alguns dias peguei um jornal que trazia uma reportagem a respeito da ofensiva de Israel contra o Líbano. A capa do jornal trazia a foto de um pai ajoelhado no chão coberto de poeira deixado pelos destroços. Nos braços, o filho morto, vítima da guerra.
 Fiquei alguns instantes olhando a foto imaginando a dor daquele pai. A imagem me doía na alma.
 Será que Deus não entende a dor e o sofrimento que é perder um ente querido? Será que Ele não entende como é doloroso ter diante dos olhos a imagem de um filho morto?
 Se há uma coisa que eu posso lhe garantir é que Ele entende muito bem. Ele viu o próprio filho ser morto com requintes de crueldade. Mais que isso.
Ele entregou o filho à morte em favor até mesmo dos próprios assassinos.Ele viu seu filho amado ser acusado e caluniado por pessoas vis e mentirosas. Viu seu filho amado sentir o gosto amargo da traição de alguém próximo. Viu seu filho ser abandonado por todos. Viu seu filho condenado injustamente sem ter ninguém para defendê-lo. Seus olhos contemplaram-no enquanto era espancado, torturado, açoitado e humilhado. Sim. Ele sabe o que é ver um filho morrer.Sim, Ele sabe o que é ter um ente querido morto por causa das transgressões de outros. Ele entende a dor. Ele podia ter evitado a tragédia que marcou a história da humanidade. Mas Ele não o fez! por quê? Bem, Ele tinha um propósito. Deus sempre tem. Ele queria que você soubesse que ele entende a sua dor.
  Creio que quando Jesus morreu os apóstolos se perguntavam: "Por que? por que Deus O trouxe até nós, para depois deixá-lo morrer? Por que Ele deu o Cristo para depois tirá-lo de nós?"  Assim como você se pergunta: " por que meu Pai? por que minha mãe?  por que meu conjuge?  por que meu filho?
  Deus sempre tem um propósito que não conseguimos entender no momento, assim como os apóstolos não conseguiam entender a crucificação logo após o ocorrido. Assim como Noemi não podia ver um propósito na morte daqueles a quem ela mais amava. Aliás, é quase impossível entender que propósito pode haver na morte de um ser amado.
    Deus sabe exatamente como é a dor. Mas Ele permitiu que seu próprio filho morresse para que tanto você como aqueles que se foram, tivessem uma garantia.  Não uma garantia de que não teríamos perdas dolorosas nesta terra. Mas a garantia de que haveria ganhos no céu. Não a garantia de uma vida longa neste mundo degradado. Mas a garantia de uma vida eterna num lar celestial.
    A grande verdade da perda não é a dor daqueles que se vão, mas sim daqueles que ficam. A dor da ausência, a dor da saudade. Sofremos não propriamente porque eles se foram, mas porque foram tirados de nós abruptamente sem que estivéssemos prontos para aceitar. A princípio Noemi se sentiu assim, ela sentiu-se ferida por Deus. Como ela mesma diz:

 "...Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o todo poderoso.
    Cheia parti, porém vazia o SENHOR me fez tornar; por que pois me chamareis Noemi? O SENHOR testifica contra mim, e o todo poderoso me tem feito mal." ( Rute 1:20-21)

    Existem pessoas que depois de perderem um ente querido entram em depressão. Passam a ter um comportamento problemático e não conseguem se recuperar. Não consegue aceitar o fato de que algo tão valoroso lhes seja tirado. Alguns entram em crise no casamento, outros não conseguem ter uma relaçao normal com a família.
   Neste momento, casamentos estão prestes a serem arruinados porque os cônjuges não conseguem entender a perda de um filho. Cada um culpa a si mesmo. Outros tantos culpam um ao outro. Ficam achando que poderiam ter evitado de alguma forma. E muitos ficam indignados com Deus. Começam a culpá-lo pelo que aconteceu. Ficam envoltos em seus lamentos e não conseguem prosseguir com suas vidas.
 O fato é que estão presos ao que é terreno, ao que é passageiro. Seus olhos só enxergam aquilo que a planta de seus pés tocam. Seus pensamentos estão voltados apenas às coisas deste mundo, não conseguem visualizar o celestial, e por consequencia, não conseguem aceitar os propósitos de Deus. Não confiam nos planos que Deus pode estar traçando. Estas pessoas quando não duvidam da existência de Deus, duvidam da sua bondade. A amargura tomam conta de seus corações.
    Mas essas pessoas nunca param para pensar numa coisa. Aqueles que se foram não nos deixaram, deixaram esta terra. Eles não deixaram de existir, Deus apenas as levou para um outro lugar. Como um filho que muda de cidade para estudar ou trabalhar e deixam a casa dos pais. Eles já não podem ver o filho dormindo no quarto ao lado, mas sabem que uma hora irão reencontrá-lo.
 Concordo que tudo isso possa ser doloroso. Mas para aqueles que acreditam na existencia de Deus há um consolo extremamente confortador que é saber que seu ente tão querido, está sendo muito bem cuidado por um Pai extremamente amoroso. E que cedo ou tarde poderá abraçá-lo novamente.
    Mas, a bem da verdade, e apesar das palavras de Noemi, ela não se tornou uma pessoa amarga. Muito pelo contrário, demonstrou generosidade para com sua nora, Rute, que decidiu continuar vivendo com ela, mesmo após a perda do marido.
    Noemi tinha dito às suas noras para voltarem para as casas de suas mães, já que elas não tinham mais marido. No entanto as noras de Noemi rejeitaram a idéia, desejando permanecer com ela, porém, após a insistencia da sogra, Orfa resolveu voltar para a casa de sua mãe, mas Rute permaneceu.

As palavras de Rute, expressam bem até que ponto esse relacionamento pode ser profundo.
 " Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te, porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, e o teu deus é o meu Deus.." ( Rute 1:16)
  As palavras de Rute demonstram que Noemi apesar de tudo não se tornou uma mulher amarga. Afinal, se isso tivesse acontecido, Rute não teria hesitado em abandoná-la.  A verdade é que Noemi, longe de ter levado sua vida em amargura, mostrou amabilidade e zelo. Tratou sua nora e cuidou em instruí-la a fim de que se casasse novamente. ( e desse casamento nasceu o avô do rei Davi) (grifo meu)
    Quando Deus nos impõe uma prova tão dolorosa como a de Noemi, o sofrimento não é opcional, e nem Deus exige que não lamentemos, no entanto, a amargura é questão de escolha. Você pode viver sua vida lamentando sua perda, ou prosseguir sua vida demonstarndo não só aceitar as decisões de Deus reconhecendo sua soberania sobre todas as coisas, como concedendo graça em ajudar aos outros.
    Aceitar a soberania de Deus implica em aceitar suas decisões por mais dolorosas que possam nos parecer.
    Abrãao esperou muitos anos pela promessa de que Deus lhe daria um filho. A promessa foi cumprida depois de muitos anos de espera, quando Abraão já era velho, o que foi um verdadeiro milagre. Porém, quando seu filho Isaque se tornou jovem, Deus pediu que Abraão o sacrificasse.
 " Abraão!'- chamou Deus.
 " Aqui estou Senhor"- respondeu Abraão.
 Disse Deus: " Tome seu filho- sim, o seu filho único Isaque- a quem você tanto ama.  Vá com ele à terra de Moriá. Lá mostrarei um dos montes. Nesse momento, sacrifique seu filho Isaque como oferta queimada". ( Gn 22:1-2)
Isaque era o filho que Deus prometera e agora o Senhor o queria de volta em sacrifício. Será que Deus não entendia que terrível sofrimento tal perda causaria?
Que propósito poderia haver em dar um filho a alguém e depois tirar?
    Até onde sabemos Abraão não entrou em conflito com Deus, apenas obedeceu e confiou nos planos de Deus.
 Neste momento, você pode estar pensando: Mas Deus poupou a vida de Isaque. Ele não tirou o filho de Abraão!" Mas o que quero que você perceba, é que Abraão optou por obedecer. Ele aceitou a perda, antes mesmo dela acontecer. Aceitou a vontade de Deus, mesmo sabendo o sofrimento que o afligiria depois.
   No alto do monte com a adaga na mão, disposto a cumprir a exigencia de Deus, Abraão já sofria por um filho morto e ao mesmo tempo já tinha aceito a imensa perda.
 Abraão demonstrou que maior que seu amor pelo filho era sua fé em Deus.
   É preciso aceitar. E é preciso prosseguir. Foi isso que Davi fez.
   Davi não teve seu filho poupado por Deus. Mas ele não passou a vida indignado. Não se tornou uma pessoa amarga. Ele aceitou sua perda e seguiu em frente, não ficou esperando que Deus ressuscitasse a criança morta.
 " E disse Davi: vivendo ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se Deus se compadecerá de mim e viverá a criança?
  Porém agora que está morta, porque jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? eu irei à ela porém ela não voltará para mim" ( 2 Sm 12: 22-23)
Sabe por que Jesus realizou tantos milagres mas ressuscitou tão poucas pessoas?  Porque Ele sabia que uma vez sentindo a infinita paz do reino de Deus, elas jamais iriam querer voltar para este mundo cheio de dor.
 Uma vez ao lado Pai Celestial, provando da plenitude de seu perfeito amor, elas jamais iriam querer voltar a viver nessa terra de amores falhos.
   Depois de algum tempo pensando a respeito da foto do jornal, imaginando a dor daquele pai, passei a pensar no filho e imaginar o que se seguiu.
   Num instante o garoto vê toda destruição à sua volta. Aterrorizado com o barulho da violência, deseperado e com medo do que lhe possa acontecer ele tenta fugir, mas acaba sendo atingido e morre.
   No instante seguinte ele abre os olhos. Não há qualquer sinal de destruição. Não há sons de disparos nem gritos de medo. A perfeita harmonia do lugar o deixa maravilhado. Então, diante de seus olhos ele vê uma mão estendida. Na palma, as marcas dos cravos que a atravessaram. Ele percebe que seu nome, de alguma forma, está gravado naquela mão. Ao tocá-la sente-se inundado por uma paz nunca antes sentida e ao levantar os olhos ele contempla a face do amor eterno. Neste momento ele entende que não existe outro lugar em que ele  deveria estar senão na casa do PAI celestial. Agora ele sabe que seu lugar não era numa terra passageira, mas sim no reino eterno de Deus.
 E para você que perdeu um ente querido e tem se lamentado como se nunca mais fosse vê-lo, quero que saiba que aquele(a) a quem você aparentemente perdeu não deixou de existir.
Ele(a) está no céu esperando para lhe receber num grande abraço. Mesmo para a mãe que perdeu o bebê durante os primeiros meses de gestação há uma boa notícia. Deus não permitiu que ele deixasse de existir, mas tem cuidado dele enquanto você permanesse nesta terra.
   Agora em vez de ficar remoendo sua dor pela perda que sofreu, que tal começar a sonhar com o dia em que irá abraçar e ver em todo o esplendor aqueles a quem você tanto ama?
                                                              Texto retirado do livro: O Propósito do Sofrimento     
                                                              Autor: Sediel Plácido

Bem, depois deste presente que recebi em forma de palavras vindas do coração de Deus,
 Só me resta te dizer minha filha:
 Eu sei em quem tenho crido!
Sei que estás bem, viva e feliz ai na casa do PAI

O meu amor por ti, só cresce a cada dia

Chego a te imaginar saltitante, como eras

Sei que nos esperas pacientemente.

Aqui, continuarei a cuidar dos teus sonhos.

Vou irrigá-los como à uma flor

Vou replantá-los para que se multipliquem

E o dono desse campo é o próprio Jesus.


TUA ETERNA MÃE,
MINHA ETERNA FILHA!

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